terça-feira, setembro 22, 2009

Agora tenho uma missão – Pré Adolescentes- Lição 13

Obediência na Evangelização

A obediência na evangelização é uma das condições de saúde espiritual. Ela é vital para todos os crentes, individual e coletivamente. A evangelização é para a vida cristã o que a água é para as baterias seco-carregadas: são de fabricação recente, estão intactas quando nos chegam às mãos, porém não fornecem energia enquanto não lhes adicionarmos água.

Semelhantemente, a evangelização acende uma faísca na vida cristã, fazendo-a inflamar-se. Quando evangelizamos, oramos de modo definido, lançando-nos sobre Deus para alcançarmos vitórias nas lutas espirituais que se travam na alma de uma pessoa em quem temos interesse. Pedimos a Deus que a ilumine de modo especial, que a leve ao Salvador e a uma vida nova, que use a nós ou qualquer outro meio de Sua escolha para atingi-la. E ficamos à espera que Ele nos responda. Vemos baixar a indiferença ou antagonismo e o interesse tomar vulto.

Nesse ínterim a Bíblia torna-se sempre mais viva e importante, ao vermos as pessoas respondendo às suas verdades. Passagens que antes pareciam áridas e sem maior significado, parecem agora práticas e pertinentes. E é de notar que, concentrando-nos em evangelizar, não nos sobra tempo de bisbilhotar a vida de outros crentes, apontando-lhes as faltas. Unindo-nos todos fervorosamente na proclamação da mensagem redentora do Senhor esquecemos fraquezas e irritações mesquinhas e os pecados que mais nos preocupam são os nossos próprios.

Façamos uma revisão rápida. Temos concordado: (1) que um relacionamento genuíno e pessoal com Jesus Cristo como Senhor é um pré-requisito para sermos Suas testemunhas; (2) que o testemunho cristão envolve nossa vida completa; (3) que nosso comprometimento na evangelização é uma vitamina necessária para uma experiência crescente com o Senhor e para uma vida cristã vigorosa. Temos também admitido um problema básico: não raro desconhecemos como apresentar verbalmente nosso testemunho. Mais especificamente, não sabemos como transmitir de maneira atraente o evangelho numa base de pessoa-a-pessoa. Arcando com o problema, reconhecemos um fato básico: todo crente é um missionário. Qualquer pessoa que haja nascido na família de Deus mediante a fé e a confiança em Jesus Cristo recebe automaticamente a Comissão do Senhor. Paulo informou aos coríntios: "Somos embaixadores em nome de Cristo" (II Cor. 5:20). Para evitar ser mal compreendido ou faltar a seu dever, ele várias vezes reafirmou o fato de que o ministério da reconciliação nos foi concedido. Deus faz os Seus apelos usando-nos como instrumentos. Assumimos o lugar de Cristo rogando aos homens que se reconciliem com Deus (II Cor.5:18-20). Que visão deslumbrante, quando a consciência deste fato acaba por se apoderar de nós! Você já alguma vez meditounisto — que você é Jesus Cristo para uma porção de pessoas?

Ninguém mais. Você é Jesus Cristo para eles. Responsabilidade tremenda e infinito privilégio nos sãoconfiados como representantes de Cristo. Para estimular-nos,Pedro lembra que o Senhor nos guia por Seu próprio exemplo (IPedro 2:21). Devemos "seguir os Seus passos" em todos osaspectos de nossa vida, inclusive no do testemunho.

Jesus, o maior dos exemplos – Juvenis – Lição 13

Introdução

Certa vez Jesus exortou os seus discípulos "...Aprendei de mim...". Ao contrário do que muitos ensinam, a ênfase do aprendizado não estava unicamente em seus ensinos, mas em seu caráter: "...porque sou manso e humilde de coração..." Jesus não somente ensinava, mas também fazia (At 1.1). O caráter santo e perfeito de Cristo ensina tanto quanto suas palavras. Ele é o nosso modelo do que dizer, fazer, e acima de tudo, ser: "Eu vos dei o exemplo" (Jo 13.15)

O fruto do Espírito manifestou-se em Cristo perfeito.

No crente isto se dá progressivamente. Jesus é o Santo Filho de Deus (Lc 1.35), que em tudo foi tentado, mas sem pecado (Hb 4.15). Ele é o Cordeiro Imaculado (1 Pe 1.19), o Justo (1 Pe 3.18) cujos lábios falaram a verdade (1 Pe 2.22). Em sua natureza humana, o Senhor dependia completamente do Espírito (Lc 1.35); na tentação, estava cheio do Espírito (Lc 4.1); foi ungido pelo Espírito (Lc 4.18); fazia a obra do Pai mediante o Espírito (Lc 7.20; Mt 12.28), e se alegrava no Espírito (Lc 10.21). Toda a sua vida terrena expressava um caráter santo e irrepreensível.

Aspectos do Caráter Cristão

    O Sermão do Monte nos apresenta os principais aspectos do caráter cristão. Nele, aprendemos não somente a ética e a moral do Reino dos cérus, mas a essência do caráter de Cristo.

  1. Humildade (Mt 5.3).

    Jesus foi modesto em toda a sua maneira de viver (Mt 11.29). Ele demonstrou sua humildade aos despojar-se de sua glória (Fp 2.6,7); na irrestrita obediência ao Pai (Jo 5.30; 6.39); quando lavou os pés dos discípulos.

  2. Mansidão (Mt 5.5)

    É uma virtude que se opõe à rudez. Nosso Senhor Jesus Cristo sempre foi manso e benigno de coração (2Co 10.1; Mt 11.29)

  3. Fome e sede de justiça (Mt 5.6)

    O Senhor Jesus ordenou aos deus discípulos que priorizassem, acima de todas as coisas, o Reino de Deus e a sua justiça (Mt 6.33).

  4. Misericórdia (Mt 5.7)

    É a compaixão pela necessidade alheia. Jesus foi misericordioso com os homens em sua fraquezas e privações (Mc 5.19; Hb 2.17).

  5. Pacificador (Mt 5.9)

    Fomos conclamados a seguir a paz e, na medida do possível, ter paz com todos os homens (Rm 12.18; 1 Co 7.15; 1Pe 3.11)

Conclusão

As palavras, os atos, enfim, a pessoa de Jesus é o modelo ideal de conduta para a identidade do crente. O discípulo de Cristo deve revestir-se da qualidade santas e justas de seu Mestre (Ef 4.24), com a intenção de cumprir o propósito de Dues, isto é, ser uma extensão do caráter de Cristo em todos os aspectos de sua vida.

terça-feira, setembro 15, 2009

A Ética dos Filhos de Deus – Adolescentes – Lição12

Tomando Decisões

Todos nós tomamos diariamente dezenas de decisões. Fazemos escolhas, optamos, resolvemos e determinamos aquilo que tem a ver com nossa vida individual; a vida da empresa, da igreja, a vida da nossa família... Enfim, a vida de nossos semelhantes.

Ninguém faz isso no vácuo. Antigamente pensava-se que era possível pronunciar-se sobre um determinado assunto de forma inteiramente objetiva, isto é, isenta de quaisquer pré-concepções ou pré-convicções. Hoje, sabe-se que nem mesmo na área das chamadas "ciências exatas" é possível fazer pesquisa sem sermos influenciados pelo que somos, cremos, desejamos, objetivamos e vivemos.

As decisões que tomamos são invariavelmente influenciadas pelo horizonte do nosso próprio mundo individual e social. Ao elegermos uma determinada solução em detrimento de outra, o fazemos baseados num padrão, num conjunto de valores do que acreditamos ser certo ou errado. É isso que chamamos de ética.

A nossa palavra "ética" vem do grego eqikh, que significa um hábito, costume ou rito. Com o tempo, passou a designar qualquer conjunto de princípios ideais da conduta humana, as normas a que devem ajustar-se as relações entre os diversos membros de uma sociedade.

Ética é o conjunto de valores ou padrão pelo qual uma pessoa entende o que seja certo ou errado e toma decisões.

 Alternativas Éticas

 Cada um de nós tem uma ética. Cada um de nós, por mais influenciado que seja pelo relativismo e pelo pluralismo de nossos dias, tem um sistema de valores interno que consulta (nem sempre, a julgar pela incoerência de nossas decisões...!) no processo de fazer escolhas. Nem sempre estamos conscientes dos valores que compõem esse sistema, mas eles estão lá, influenciando decisivamente nossas opções.

 Os estudiosos do assunto geralmente agrupam as alternativas éticas de acordo com o seu princípio orientador fundamental. As principais são: humanística, natural e religiosa.

Éticas Humanísticas

As chamadas éticas humanísticas são aquelas que tomam o ser humano como a medida de todas as coisas, seguindo o conhecido axioma do antigo pensador sofista Protágoras (485-410 AC). Ou seja, são aquelas éticas que favorecem escolhas e decisões voltadas para o homem como seu valor maior.

 Hedonismo

Uma forma de ética humanística é o hedonismo. Esse sistema ensina que o certo é aquilo que é agradável. A palavra "hedonismo" vem do grego |hdonh, "prazer". Como movimento filosófico, teve sua origem nos ensinos de Epicuro e de seus discípulos, cuja máxima famosa era "comamos e bebamos porque amanhã morreremos". O epicurismo era um sistema de ética que ensinava, em linhas gerais, que para ter uma vida cheia de sentido e significado, cada indivíduo deveria buscar acima de tudo aquilo que lhe desse prazer ou felicidade. Os hedonistas mais radicais chegavam a ponto de dizer que era inútil tentar adivinhar o que dá prazer ao próximo.

 Como conseqüência de sua ética, os hedonistas se abstinham da vida política e pública, preferiam ficar solteiros, censurando o casamento e a família como obstáculos ao bem maior, que é o prazer individual. Alguns chegavam a defender o suicídio, visto que a morte natural era dolorosa.

Como movimento filosófico, o hedonismo passou, mas certamente a sua doutrina central permanece em nossos dias. Somos todos hedonistas por natureza. Freqüentemente somos motivados em nossas decisões pela busca secreta do prazer. A ética natural do homem é o hedonismo. Instintivamente, ele toma decisões e faz escolhas tendo como princípio controlador buscar aquilo que lhe dará maior prazer e felicidade. O individualismo exacerbado e o materialismo moderno são formas atuais de hedonismo.

Muito embora o cristianismo reconheça a legitimidade da busca do prazer e da felicidade individuais, considera a ética hedonista essencialmente egoísta, pois coloca tais coisas como o princípio maior e fundamental da existência humana.

Utilitarismo

.Outro exemplo de ética humanística é o utilitarismo, sistema ético que tem como valor máximo o que considera o bem maior para o maior número de pessoas. Em outras palavras, "o certo é o que for útil". As decisões são julgadas, não em termos das motivações ou princípios morais envolvidos, mas dos resultados que produzem. Se uma escolha produz felicidade para as pessoas, então é correta. Os principais proponentes da ética utilitarista foram os filósofos ingleses Jeremy Bentham e John Stuart Mill.

;A ética utilitarista pode parecer estar alinhada com o ensino cristão de buscarmos o bem das pessoas. Ela chega até a ensinar que cada indivíduo deve sacrificar seu prazer pelo da coletividade (ao contrário do hedonismo). Entretanto, é perigosamente relativista: quem vai determinar o que é o bem da maioria? Os nazistas dizimaram milhões de judeus em nome do bem da humanidade. Antes deles, já era popular o adágio "o fim justifica os meios". O perigo do utilitarismo é que ele transforma a ética simplesmente num pragmatismo frio e impessoal: decisões certas são aquelas que produzem soluções, resultados e números.

Pessoas influenciadas pelo utilitarismo escolherão soluções simplesmente porque elas funcionam, sem indagar se são corretas ou não. Utilitaristas enfatizam o método em detrimento do conteúdo. Eles querem saber "como" e não "por quê?".

Talvez um bom exemplo moderno seja o escândalo sexual Clinton/Lewinski. Numa sociedade bastante marcada pelo utilitarismo, como é a americana, é compreensível que as pessoas se dividam quanto a um impeachment do presidente Clinton, visto que sua administração tem produzido excelentes resultados financeiros para o país.

 Existencialismo
Ainda podemos mencionar o existencialismo, como exemplo de ética humanística. Defendido em diferentes formas por pensadores como Kierkegaard, Jaspers, Heiddeger, Sartre e Simone de Beauvoir, o existencialismo é basicamente pessimista. Existencialistas são céticos quanto a um futuro róseo ou bom para a humanidade; são também relativistas, acreditando que o certo e o errado são relativos à perspectiva do indivíduo e que não existem valores morais ou espirituais absolutos. Para eles, o certo é ter uma experiência, é agir — o errado é vegetar, ficar inerte.

Sartre, um dos mais famosos existencialistas, disse: "O mundo é absurdo e ridículo. Tentamos nos autenticar por um ato da vontade em qualquer direção". Pessoas influenciadas pelo existencialismo tentarão viver a vida com toda intensidade, e tomarão decisões que levem a esse desiderato. Aldous Huxley, por exemplo, defendeu o uso de drogas, já que as mesmas produziam experiências acima da percepção normal. Da mesma forma, pode-se defender o homossexualismo e o adultério.

O existencialismo é o sistema ético dominante em nossa sociedade moderna. Sua influencia percebe-se em todo lugar. A sociedade atual tende a validar eticamente atitudes tomadas com base na experiência individual. Por exemplo, um homem que não é feliz em seu casamento e tem um romance com outra mulher com quem se sente bem, geralmente recebe a compreensão e a tolerância da sociedade.

Ética Naturalística

.Esse nome é geralmente dado ao sistema ético que toma como base o processo e as leis da natureza. O certo é o natural — a natureza nos dá o padrão a ser seguido. A natureza, numa primeira observação, ensina que somente os mais aptos sobrevivem e que os fracos, doentes, velhos e debilitados tendem a cair e a desaparecer à medida que a natureza evolui. Logo, tudo que contribuir para a seleção do mais forte e a sobrevivência do mais apto, é certo e bom; e tudo o que dificultar é errado e mau.

Por incrível que possa parecer, essa ética teve defensores como Trasímaco (sofista, contemporâneo de Sócrates), Maquiavel, e o Marquês de Sade. Modernamente, Nietzsche e alguns deterministas biológicos, como Herbert Spencer e Julian Huxley.

A ética naturalística tem alguns pressupostos acerca do homem e da natureza baseados na teoria da evolução: (1) a natureza e o homem são produtos da evolução; (2) a seleção natural é boa e certa. Nietzsche considerava como virtudes reais a severidade, o egoísmo e a agressividade; vícios seriam o amor, a humildade e a piedade.

Pode-se perceber a influência da ética naturalística claramente na sociedade moderna. A tendência de legitimar a eliminação dos menos aptos se observa nas tentativas de legalizar o aborto e a eutanásia em quaisquer circunstâncias. Os nazistas eliminaram doentes mentais e esterilizaram os "inaptos" biologicamente. Sade defendia a exploração dos mais fracos (mulheres, em especial). Nazistas defenderam o conceito da raça branca germânica como uma raça dominadora, justificando assim a eliminação dos judeus e de outros grupos. Ainda hoje encontramos pichações feitas por neo-nazistas nos muros de São Paulo contra negros, nordestinos e pobres. Conscientemente ou não, pessoas assim seguem a ética naturalística da sobrevivência dos mais aptos e da destruição dos mais fracos.

Os cristãos entendem que uma ética baseada na natureza jamais poderá ser legítima, visto que a natureza e o homem se encontram hoje radicalmente desvirtuados como resultado do afastamento da humanidade do seu Criador. A natureza como a temos hoje se afasta do estado original em que foi criada. Não pode servir como um sistema de valores para a conduta dos homens.

Éticas Religiosas

.São aqueles sistemas de valores que procuram na divindade (Deus ou deuses) o motivo maior de suas ações e decisões. Nesses sistemas existe uma relação inseparável entre ética e religião. O juiz maior das questões éticas é o que a divindade diz sobre o assunto. Evidentemente, o conceito de Deus que cada um desse sistema mantém, acabará por influenciar decisivamente o código ético e o comportamento a ser seguido.

 Éticas Religiosas Não Cristãs

No mundo grego antigo os deuses foram concebidos (especialmente nas obras de Homero) como similares aos homens, com paixões e desejos bem humanos e sem muitos padrões morais (muito embora essa concepção tenha recebido muitas críticas de filósofos importantes da época). Além de dominarem forças da natureza, o que tornava os deuses distintos dos homens é que esses últimos eram mortais. Não é de admirar que a religião grega clássica não impunha demandas e restrições ao comportamento de seus adeptos, a não ser por grupos ascéticos que seguiam severas dietas religiosas buscando a purificação.

O conceito hindú de não matar as vacas vem de uma crença do período védico que associa as mesmas a algumas divindades do hinduísmo, especialmente Krishna. O culto a esse deus tem elementos pastoris e rurais.
O que pensamos acerca de Deus irá certamente influenciar nosso sistema interno de valores bem como o processo decisório que enfrentamos todos os dias. Isso vale também para ateus e agnósticos. O seu sistema de valores já parte do pressuposto de que Deus não existe. E esse pressuposto inevitavelmente irá influenciar suas decisões e seu sistema de valores.

 É muito comum na sociedade moderna o conceito de que Deus (ou deuses?) seja uma espécie de divindade benevolente que contempla com paciência e tolerância os afazeres humanos sem muita interferência, a não ser para ajudar os necessitados, especialmente seus protegidos e devotos. Essa concepção de Deus não exige mais do que simplesmente um vago código de ética, geralmente baseado no que cada um acha que é certo ou errado diante desse Deus.

 A Ética Cristã

Á ética cristã é o sistema de valores morais associado ao Cristianismo histórico e que retira dele a sustentação teológica e filosófica de seus preceitos.
Como as demais éticas já mencionadas acima, a ética cristã opera a partir de diversos pressupostos e conceitos que acredita estão revelados nas Escrituras Sagradas pelo único Deus verdadeiro. São estes:

1. A existência de um único Deus verdadeiro, criador dos céus e da terra. A ética cristã parte do conceito de que o Deus que se revela nas Escrituras Sagradas é o único Deus verdadeiro e que, sendo o criador do mundo e da humanidade, deve ser reconhecido e crido como tal e a sua vontade respeitada e obedecida.

2. A humanidade está num estado decaído, diferente daquele em que foi criada. A ética cristã leva em conta, na sistematização e sintetização dos deveres morais e práticos das pessoas, que as mesmas são incapazes por si próprias de reconhecer a vontade de Deus e muito menos de obedecê-la. Isso se deve ao fato de que a humanidade vive hoje em estado de afastamento de Deus, provocado inicialmente pela desobediência do primeiro casal. A ética cristã não tem ilusões utópicas acerca da "bondade inerente" de cada pessoa ou da intuição moral positiva de cada uma para decidir por si própria o que é certo e o que é errado. Cegada pelo pecado, a humanidade caminha sem rumo moral, cada um fazendo o que bem parece aos seus olhos. As normas propostas pela ética cristã pressupõem a regeneração espiritual do homem e a assistência do Espírito Santo, para que o mesmo venha a conduzir-se eticamente diante do Criador.

3. O homem não é moralmente neutro, mas inclinado a tomar decisões contrárias a Deus, ao próximo. Esse pressuposto é uma implicação inevitável do anterior. As pessoas, no estado natural em que se encontram (em contraste ao estado de regeneração) são movidas intuitivamente, acima de tudo, pela cobiça e pelo egoísmo, seguindo muito naturalmente (e inconscientemente) sistemas de valores descritos acima como humanísticos ou naturalísticos. Por si sós, as pessoas são incapazes de seguir até mesmo os padrões que escolhem para si, violando diariamente os próprios princípios de conduta que consideram corretos.

4. Deus revelou-se à humanidade. Essa pressuposição é fundamental para a ética cristã, pois é dessa revelação que ela tira seus conceitos acerca do mundo, da humanidade e especialmente do que é certo e do que é errado. A ética cristã reconhece que Deus se revela como Criador através da sua imagem em nós. Cada pessoa traz, como criatura de Deus, resquícios dessa imagem, agora deformada pelo egoísmo e desejos de autonomia e independência de Deus. A consciência das pessoas, embora freqüentemente ignorada e suprimida, reflete por vezes lampejos dos valores divinos. Deus também se revela através das coisas criadas. O mundo que nos cerca é um testemunho vivo da divindade, poder e sabedoria de Deus, muito mais do que o resultado de milhões de anos de evolução cega. Entretanto é através de sua revelação especial nas Escrituras que Deus nos faz saber acerca de si próprio, de nós mesmos (pois é nosso Criador), do mundo que nos cerca, dos seus planos a nosso respeito e da maneira como deveríamos nos portar no mundo que criou.

Assim, muito embora a ética cristã se utilize do bom senso comum às pessoas, depende primariamente das Escrituras na elaboração dos padrões morais e espirituais que devem reger nossa conduta neste mundo. Ela considera que a Bíblia traz todo o conhecimento de que precisamos para servir a Deus de forma agradável e para vivermos alegres e satisfeitos no mundo presente. Mesmo não sendo uma revelação exaustiva de Deus e do reino celestial, a Escritura, entretanto, é suficiente naquilo que nos informa a esse respeito. Evidentemente não encontraremos nas Escrituras indicações diretas sobre problemas tipicamente modernos como a eutanásia, a AIDS, clonagem de seres humanos ou questões relacionadas com a bioética. Entretanto, ali encontraremos os princípios teóricos que regem diferentes áreas da vida humana. É na interação com esses princípios e com os problemas de cada geração, que a ética cristã atualiza-se e contextualiza-se, sem jamais abandonar os valores permanentes e transcendentes revelados nas Escrituras.

É precisamente por basear-se na revelação que o Criador nos deu que a ética cristã estende-se a todas as dimensões da realidade. Ela pronuncia-se sobre questões individuais, religiosas, sociais, políticas, ecológicas e econômicas. Desde que Deus exerce sua autoridade sobre todas as dimensões da existência humana, suas demandas nos alcançam onde nos acharmos – inclusive e principalmente no ambiente de trabalho, onde exercemos o mandato divino de explorarmos o mundo criado e ganharmos o nosso pão.

É nas Escrituras Sagradas, portanto, que encontramos o padrão moral revelado por Deus. Os Dez Mandamentos e o Sermão do Monte proferido por Jesus são os exemplos mais conhecidos. Entretanto, mais do que simplesmente um livro de regras morais, as Escrituras são para os cristãos a revelação do que Deus fez para que o homem pudesse vir a conhecê-lo, amá-lo e alegremente obedecê-lo. A mensagem das Escrituras é fundamentalmente de reconciliação com Deus mediante Jesus Cristo. A ética cristã fundamenta-se na obra realizada de Cristo e é uma expressão de gratidão, muito mais do que um esforço para merecer as benesses divinas.

A ética cristã, em resumo, é o conjunto de valores morais total e unicamente baseado nas Escrituras Sagradas, pelo qual o homem deve regular sua conduta neste mundo, diante de Deus, do próximo e de si mesmo. Não é um conjunto de regras pelas quais os homens poderão chegar a Deus – mas é a norma de conduta pela qual poderá agradar a Deus que já o redimiu. Por ser baseada na revelação divina, acredita em valores morais absolutos, que são à vontade de Deus para todos os homens, de todas as culturas e em todas as épocas.

Paz e Santificação - Juvenis - Lição 12

Introdução

A santificação se realiza em dois tempos: um ato e um processo. No momento em que a pessoa é salva, ela se torna santa. Ela é separada do mundo para Deus. É assim que a Bíblia chama os salvos de "santos" (Rm 1.7; 1 Co 1.1,2). Mas este é apenas um aspecto. Depois, o salvo precisa ser santificado, para se conformar com a vontade de Deus (Rm 12.1-3; 1 Ts .3)

O que é Santificação

As duas palavras usadas na Bíblia para santo, tanto no AT como NT, têm o mesmo significado.

  1. Em hebraico, no AT, a palavra é KADOSH. Esta palavra tem o sentido de "separado".
  2. Em grego, no NT, a palavra é ÁGIOS. Esta palavra também significa "separado".
  3. Mas, ser "santo" não é apenas uma separação pura e simples. Em relação ao salvo, é a separação do mundo e a consagração a Deus. Isto quer dizer que a santificação tem dois aspectos: um que é separação (do mundo) e outro, que é consagração (a Deus). Assim, podemos definir a separação como a operação da graça divina, pela qual o salvo é separado do mundo e da pecaminosidade interior, e consagrado, para uma dedicação total a Deus. Sito quer dizer que se produz um novo relacionamento do homem com Deus. Assim "as coisas velhas já passaram, eis que se fizeram novas" (2Co 5.17). Esta separação e consagração a Deus produz no homem um caráter de acordo com este relacionamento com Deus. Forma-se, então, no homem, um caráter santo, semelhante ao de Deus: Sede santos, porque Eu sou santo"(1 Pe 1.16).

A Santificação como processo

Já dissemos que somos feitos santos na conversão. Quando nascemos de novo, somos tornados santos. Mas também dissemos que a nossa santificação precisa ser desenvolvida. Quando a Bíblia diz que devemos desenvolver a nossa salvação, está falando da santificação (Fp 2.12,13)

  1. A santificação é um processo. Este se inicia na conversão e deve prosseguir durante todo o tempo de nossa vida na terra.
    1. Separado para a purificação. Observe o que está escrito em Levítico. Para o sacerdote ser santo, ele precisava ser separado do povo, mas precisava também se purificar. Havia um ritual para isso.
    2. O trato com o pecado. Às vezes é preciso lutar contra o pecado até o sangue (Hb 12.4). Com isso, vamos nos tornando semelhantes a Deus. É um processo que não pode ser descuidado. Se se descuidar, a pessoa pode estacionar, ou até mesmo regredir, em vez de crescer na santificação.
    3. Despir do velho homem. Há certas coisas, como hábitos vícios e pecados, que são características do velho homem. Se vamos ser santificados, temos que nos despir desse velho homem e nos revestir do novo ( Ef 4.22-24; CL 3.9,10). Neste processo, o crente que foi apenas declarado justo, na justificação, se torna realmente justo. Ele, que é considerado santo, semelhante a Deus. Não por justiça praticada por ele, ou por esforço próprio, mas pela graça de Deus.

Como se processa a santificação

  1. A santificação é obra divina, que conta com a colaboração humana. Deus já providenciou todos os meios para a nossa santificação. A morte de Cristo na cruz e as sua ressurreição criaram todas as condições para que nós sejamos santificados.
  2. Não há santificação sem Jesus. Jesus se entregou em sacrifício, para que sejamos santificados
  3. É operação do Espírito Santo. O esforço do Espírito Santo em nos conduzir, em nos guiar, é direcionado à santificação (Rm15.16; 1 Co 6.11). O Espírito Santo e, como tal, Ele nos leva à conformação como o caráter de Deus, que é Santo.
  4. A Palavra de Deus. É através da Palavra de Deus que somos santificados ( Jo 15.3). É por ela que a nossa mente é purificada e renovada (1Pe 1.23).
  5. A nossa santidade é importante. Embora Deus queira a nossa santificação (1 Ts 4.3), cabe a nós querer, através da apropriação dos benefícios do sacrifício de Jesus, da operação do Espírito Santo e da Palavra de Deus, ser santificados.

Conclusão

Há crentes que não crescem em santificação. A inconstância é um dos grandes inimigos da santificação. É preciso não desanimar. Mas é necessário colocar os olhos em Jesus e prosseguir firmes até chegarmos à estatura do varão perfeito.